Sunday, August 28, 2016

O STF e a farra das igrejas

No RE 325.822/SP, o STF, por maioria, decidiu que a imunidade tributária prevista na CF para o patrimônio das entidades religiosas beneficia qualquer bem, sem distinção, não apenas os afetados a realização dos cultos.
Esse julgamento tem servido de precedente para inúmeras outras decisões, do Supremo e de outros tribunais brasileiros, que tem livrado as igrejas de pagar impostos sobre o seu patrimônio (como o IPTU, o IPVA, o ITBI), a renda (IR) e os serviços (ISS).
Antes desse julgamento, essas imunidades eram bem restritas, só o imóvel onde se realizavam os cultos religiosos não pagavam IPTU.
Os Municípios tem sido os mais prejudicados com essa proibição de cobrar impostos.
Bilhões de reais deixam de ser arrecadados.
E não e coincidência que, desde 2002, várias novas "igrejas" apareceram, e a fortuna e o número de seguidores delas ou de outras que já existiam só cresceu:  de 2000 a 2010, cresceu em 61% o número de fiéis dessas igrejas.  Por que elas são melhores?  Não, porque tem mais dinheiro.

E não há nenhuma coincidência nisto:  o número de religiosos na política cresceu demais nos últimos 14 anos.
Vários candidatos a cargos eletivos, vários políticos que se apresentam ao eleitorado como "bispo",
"pastor", por exemplo.
Só nas eleições municipais deste ano, 250, duzentos e cinqüenta sacerdotes candidatos a Prefeito das capitais dos Estados brasileiros.

Tendo o Brasil 26 Estados, esse número significa que, em média, há 10, dez candidatos-sacerdotes a Prefeito por capital brasileira.  Você não acredita?  Leia esta matéria:


Campanhas eleitorais custam muito  dinheiro.  Essas igrejas, como conseguem muito dinheiro fácil e livre de impostos, são as que mais tem dinheiro para financiar campanhas eleitorais.
E qual o resultado?  De vereadores a deputados federais, de prefeitos a governadores, senadores, secretários estaduais e municipais, ministros de Estado ligados a igrejas ou mesmo clérigos de qualquer culto.
E essa gente age, na vida pública, de modo a submeter o Estado as idéias defendidas por suas crenças.    Também age de modo a conseguir dinheiro público para financiar suas igrejas ou eventos de interesse delas.  Por exemplo, um ex-prefeito de Sorocaba foi condenado por liberar mais de R$ 300 mil para a realização da "Marcha Para Jesus".

Ou seja:  o STF, com uma decisão tecnicamente incorreta - imunidades sempre são interpretadas restritivamente - colabora com a destruição da laicidade do Estado.

Fontes:  

Supremo Tribunal Federal 

Revista "VEJA"

Sunday, July 31, 2016

The Devil is Brazilian


There's a Brazilian popular adagio that states, "God is Brazilian".  
It can only be some kind of mockery.
Some bad taste kind of mockery.
You go to Rio, take a car ride from Ipanema to Ilha do Governador (Governor's Island) and  see a huge "favela" surrounding the road.  That is Favela da  Maré, one of Rio's most dangerous spots.  Don't be surprised if you witness a theft, maybe more than one, then you'll be thinking, is this Rio?
Yes, mate, this is.
At that same long road, you'll notice several youngsters strolling amongst the cars when the traffic is jammed, selling cookies packages.  You'll wonder if this is a way of making a living.  In this country,  it is.  I warn you, though:  many of those boys aren't sellers, but thieves.  
If you're unlucky enough to be robbed or to witness a crime, perhaps you ask yourself, where is the police?  
Where?
Rio's police is worse equipped than Mare's outlaws, and poorly trained.    There are no few policemen who dread organised crime.  And there are also those who pretend it doesn't exist or are allied to it.
Most of Rio's politicians are gangsters.  Frank Underwood is from Rio. So is Jeoffrey Lannister.  Or they reckon themselves comedians, like the mayor, who said a roo would suffice to make Aussie athletes put up with their damaged apartments at the Olympic Village.
Many entrepreneurs are outlaws.  Wilson Fisk lives in Leblon, loves Ipanema's art galleries and bookshops, but carries business in Favela da Mare, Morro do Alemao and beheads his enemies with his corny limo's door.
Organised crime is also very strong in Northern and Central  regions of Brazil, where law is not but a joke.  Agribusinessmen behave as gangsters:  they devastate huge land extensions and NEVER get sued or fined. They NEVER go to jail, even if they  menace and kill whoever dares to question or criticise their deeds.  Remember nun Dorothy Stang.  
Oh, they get elected to the Senate and the House of Representatives!  You bet!  They have recently succeeded to change Brazilian Codigo Florestal (Forest Protection Act) into a "License to Devastate Act".
You recognise them easily.  They (recklessly) drive huge pickup trucks and SUVs. They behave as if the whole world were their own backyard.  They speak aloud, invade other people's space and become very cross and rude to whoever dares to ask them speak lower.

In fact, many Brazilians behave alike and even think it's "cool". 

Brazilian House of Representatives has been infected by religious extreme rightists and gangsters.  People who think that public revenue  is theirs by divine design. A Congressman flew to a marriage party in a military aircraft and was not sued.  It has been recently disclosed that another congressman has a U$ 5 million bank account in Switzerland, amount which largely exceeds his earnings as a representative.

Brazilian judges are petty tyrants who convict anyone who dares to criticise them publicly.  A newsstand owner has been convicted for 7, seven years in jail, just because of his Facebook posts (only to his friends visible) on a judge, deemed as offensive.  In the meantime, a Brazilian politician, criminally convicted in France, has never been convicted in Brazil, where he is friends with many judges from São Paulo...

There are no passenger trains in Brazil.  Once upon a time, there used to be.  My grandfather, a Portuguese immigrant, worked as a blacksmith for Sorocabana Railways, which is now just history.
The decision to dismount  railroad passenger transportation was  undemocratically taken by the then Government,  headed by Mr. Fernando Henrique Cardoso, aka FHC.
This decision's result is easily visible:   Kilometres' ride of traffic jam on roads.
Nobody has ever been sued because of that disastrous and illegal decision.

Tuesday, June 21, 2016

Mulheres colaboracionistas e machismo


Por que o machismo ainda está vivo?  Os homens são suficientemente poderosos para mantê-lo, sem a ajuda das mulheres?

Todas nós sabemos há quanto tempo o machismo vem se arrastando, e o quão historicamente recente as ideias feministas vieram à luz.  Entretanto (ao menos em países ocidentais), ouso dizer que, se não fosse o comportamento de muitas mulheres, o machismo já poderia ter diminuído severamente.

Não podemos manter a crença ingênua de que todas as mulheres são vítimas do machismo;  que todas as mulheres são contra ele, quando todas sabemos que há aquelas que chegam a se manifestar contra o Feminismo.

Conscientemente ou não, muitas mulheres perpetuam o sexismo. 


Não vou falar sobre as que não estão conscientes de suas atitudes sexistas;  prefiro focar nas mulheres que escolhem cooperar com o machismo.  Vou chamá-las de collabos, ou colaboracionistas.

Mulheres colaboracionistas são tanto aquelas que defendem abertamente quanto as que cooperam com o machismo.  Há mulheres que são abertamente contrárias à igualdade de gêneros e falam o que pensam enquanto tal.  São, por exemplo, aquelas que dizem que o Feminismo tornou as vidas das mulheres mais "difícil".  Algumas chegam a dizer, "não sou feminista, sou feminina."  Nesta categoria, também ponho aquelas que apoiam o machismo alegadamente devido a crenças religiosas.  No Brasil, há grupos e comunidades anti-Feminismo.  Eles reclamam que mulheres e homens não são iguais, o que justifica que cada qual exerça diferentes papeis na sociedade.  Mulheres desses grupos dizem, por exemplo, que o Feminismo fez as mulheres trabalharem mui duramente e ficarem sobrecarregadas;  que as mães têm que estar presentes na criação dos filhos e os homens devem ser os "chefes da família".  Há uma matéria jornalística sobre esse fenômeno,O movimento das anti-feministas (Istoé online).

A cooperação compreende diversas atitudes, como adotar comportamento ditado pelo machismo ou não se opor a ele.  Nesta categoria, coloco mulheres que não fazem nada diante de atitudes sexistas, como não reagir quando confrontadas com um comportamento, comentário ou piada machista.  Também, aquelas que nada fazem quando testemunham violência sexista, assim como as que não apóiam as mulheres que reagem contra atitudes machistas. 

Mulheres colaboracionistas também são aqueles que (acreditam) tirar vantagem do machismo.  Há muitos exemplos disto.  Você vê mulheres que se apresentam como "senhoritas", mesmo sabendo do caráter discriminatória dessa forma de (des)tratamento;  você vai ver, e com frequência, algumas senhoras ufanando-se de "saber" como "lidar com os homens":  nunca os confrontando abertamente, mas sim agindo sorrateiramente, de forma a obterem o que elas querem.  Esta crença reforça a imagem das mulheres como fracas, falsas e manipuladoras.

Por que temos que ser covardes, falsas e manipuladoras, para nos relacionarmos com os homens? 

Ah, não posso me esquecer daquelas que vão mais longe:  garotas que escolhem ser manipuladoras, de forma a levar vantagem indevida dos homens.  Essas são um problema!
 

Pense nas garotas que vivem de seu sex appeal (por um emprego, promoção, qualquer coisa).

Pense nas garotas que dão o "golpe da barriga" num homem, seja a fim de forçá-lo a manter um relacionamento, seja a fim de simplesmente se tornarem mães (se o homem quer ou não, não lhes importa).

Pense nas mulheres que trabalham contra os direitos das mulheres, por exemplo, políticas ultraconservadoras, que se opõem fortemente ao direito de aborto e à liberdade de direitos reprodutivos.  Estas são muito piores do que collabos, ou colaboracionistas:  estas são TRAIDORAS.

Tuesday, June 07, 2016

Collabo Women and Sexism



Why is sexism still alive?  Are men powerful enough to keep it, without women's help?
We all know how long has sexism been going on, and how historically recently have feminist ideas come to light.  Neverthless (at least in Western countries), I daresay that, if it were not so many  women's behaviour, sexism might already have severely subsided.
We must not hold the naïve belief that every women are victimized by sexism;  that every women are against it, when we all know that there are those who even speak against Feminism.
Consciously or not, many women perpetuate sexism.  
I'm not going to talk about the ones who are unconscious of their sexist attitudes;  I'd rather focus on women who choose to cooperate with sexism.  I'll call them collabos.
Collabo women are either those who openly defend  or cooperate with sexism. There are women who are openly against gender equality and speak their minds off as so.  They are, for example, those who say that Feminism has made women's lives more "difficult".  Some even say:  "I am not feminist, I am feminine."  In this category, I also put those who support sexism allegedly due to religious beliefs.
In Brazil, there are anti-Feminism groups and comunities.  They claim that men and women are not equal, which justifies each play different roles in society.  Women belonging to such groups say, for instance, that Feminism has made women work too hard and become overloaded;  that mothers have to be present in child-rearing and men ought to be the "chief of the family".  There is a story about such phenomenon, O movimento das anti-feministas (Istoé online magazine, in Portuguese).
Cooperation comprises many attitudes, such as adopting sexism-oriented behaviour or not opposing to it.  In this category, I put women who do not take action against sexist attitudes, like not reacting when confronted with a sexist behavior, comment or joke. Also, those that don't take action when they testify sexist violence, as well as those who don't support women who react against sexist attitudes.
Collabo women are also those who  (believe to) take advantage of sexism.  There are so many examples of it.  You see women who present themselves as "miss", even aware of its discriminatory character;  you'll often hear some ladies boasting themselves by "knowing" how to deal with men: never openly confronting them, but rather acting  surreptitiously in order to obtain what they want.  
This belief reinforces women's image as weak, false, manipulative.
Why do we have to be cowards, and false, and manipulative, to get along with men? 
Oh, I cannot forget those who go even farther:  girls who choose to be manipulave, in order to take undue advantage from men.  Oh, they are such a trouble!
Think of girls who make a living on  their sex appeal (for a job, promotion, whatever).

Think of girls who trap men by getting pregnant, whether to force them to keep a relationship, or to simply become mothers (for such girls, men's will doesn't matter).

Think of women  who work against women's rights, for example, extremely conservative politicians who strongly oppose abortion and free reproductive rights.  These ones are even worse than collabos:  they are TRAITORS. 

Sunday, May 08, 2016

Livraria Cultura machista

A Livraria Cultura, com sede em São Paulo e lojas no Brasil inteiro, acaba de provar seu machismo para mim.
Estou na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi de Brasília.  Fui olhar as prateleiras dos livros em inglês, organizados em ordem alfabética de autor. Alguns achei, de Jane Austen a Nick Hornby.  Outros, não.
Dai, numa prateleira atrás, encontrei outros autores (quase todas autoras), outra ordem alfabética.  Ali havia desde EL James até Nicholas Sparks.  Passava uma vendedora, perguntei a ela por que aqueles livros estavam separados dos demais. Ela entregou:  "Aqui ficam os chick lits".
Chick lits:  para quem não sabe, "literatura para moças".
Perguntei, "mas qual a razão desses livros estarem separados dos demais? Vocês não os consideram literatura?"
A moça respondeu:  "esses livros estão separados porque são procurados por um tipo específico de pessoas".
Eu, "qual tipo?"
Ela, "ah, menina novinha, que está começando (?) a ler..."
Observação minha:  são livros para público adulto.
Insisti, "os livros do Nick Hornby são do mesmo tipo de literatura, por que não estão aqui?  Por que o público-alvo dele eh homem?  Literatura para moços eh literatura, já escrito ou voltado para mulher eh chiclete lit?"
Dai a moça se atrapalhou, "não, mas nós vamos colocar..."
Enfim, eh isto:  livros escritos por mulheres, voltados para as mulheres, logo recebem a pecha de "literatura para moças", ou "chick lit", e são separados, no caso da Livraria Cultura, até fisicamente, da "literatura"  dita "seria".  E, claro, desvalorizados.  E seus leitores, porque supostamente leitoras, também desvalorizados.
Quanta ignorância!  Quanta burrice do(a) gerente da Livraria Cultura do Iguatemi de Brasília!  Não sabe que a Literatura eh uma só, não importa o sexo,cor, idade, estado civil seja dos autores, seja dos leitores.  Não sabe que quem gosta de ler vai de Shakespeare a Angeli, de Marguerite Yourcenar a Saint Ex, de Stuart Mill ao que bem entender.  Isso remete a uma prova de Francês que eu fiz, tinha compreensão oral, era uma entrevista com uma educadora, cujo tema era "como fazer minhas crianças gostarem de ler".  E a educadora francesa respondia, crianças de pais que lêem na sua presença vão querer fazer a mesma coisa;  a menina quer ler quadrinhos, por exemplo?  Nada de preconceito!
Espero que essa palhaçada de desvalorizar a literatura produzida por mulheres ou voltada as mulheres  acabe. Machismo puro e simples, isso eh o que eh.

Monday, January 04, 2016

Imunidade Tributária dos Templos - A Verdade Sobre a Assembleia de Deus

A imunidade tributária dos templos de qualquer culto tem que acabar no Brasil.
Há muitas igrejas com enorme capacidade de pagar impostos.
Começo pela Assembleia de Deus,  igreja da qual Cyborg, o Homem de Cinco Milhões de Dólares, é fiel.
Igreja de vários deputados federais da chamada "Bancada Evangélica", que recentemente aprovou o famigerado Estatuto da Família e o PL 5069/13, que dificulta ainda mais o já restrito direito ao aborto se a gravidez resulta de estupro.
Tenho amigo casado com fiel dessa igreja.
Nos cultos da Assembleia de Deus em Goiânia, as mulheres são separadas dos homens (!);  na igreja, mulheres solteiras e casadas não se misturam, porque as casadas têm "medo" de as solteiras levarem-lhes os maridos...
A Assembleia de Deus tem enorme capacidade de pagar impostos.  Funciona como qualquer empresa de venda online de produtos e  serviços.  Eis um instantâneo, tirado nesta data, da página de doações online da igreja:



Dá para pagar a Assembleia de Deus por cartão de crédito DE QUALQUER BANDEIRA, pelo moderníssimo PayPal, transferência ou boleto bancário...  
Quanto será que a Assembleia de Deus arrecadou em 2013, 2014, 2015?

Microcephaly: Abortion, Yes.

While microcephaly occurrences increase shamefully in Brazil, “lawyers” have already shown up, insisting that abortion be kept forbidden, if the foetus is affected with such disease.
Brazilian criminal law is one of the most repressive in the world, similar to those of the most brutal theocracies concerning abortion:  it only allows pregnancies to be interrupted if “there is no other way” to save the  woman’s life or if pregnancy results of rape.
Brazilian Congress,  dominated by either religious fanatics, either ignorant chauvinists, vindicates  nowadays even more restrictions on abortion rights.
Concerning abortion  of anencephalic foetuses,  the controversy reached the Brazilian Supreme Court, which  ruled that abortion does not violate the right to life in such cases (ADPF 54).
Microcephaly is an incurable condition which results in either physical and mental disability, making the affected individual entirely dependent upon someone else’s care for his/her entire life.


To find oneself pregnant of a foetus with microencephaly is finding oneself pregnant of a child destined never to be independant or healthy.  Of a child bound to bring emotional and financial burden on the family, especially on the mother, limiting her ability to study, travel, enjoy professional success.  All this is perfectly evitable, provided that Science may be used on behalf of the mother and the family:  if a women is allowed to chose whether to interrupt pregnancy, whether not.

Wednesday, November 25, 2015

Men Who Hate the Feminists

Men who hate the feminists don't like women. Simple as that.

Sunday, October 18, 2015

15 Things Mature Men Don't Do In Relationships

A couple of weeks ago I came across a text entitled "15 Things Mature Women Don't Do in Relationships".  Then I searched for a text about what mature MEN don't do in relationships.  What a surprise! Found none.

As if only women needed some advicing on this...   Men are always mature, know everything, need no preaching, no training...

Sorry I disagree!

Here goes a maturity manual for dudes.

15 Things Mature Men Don't Do in Relationships

1.  They  understand that women are human beings.
Mature men know that women and men are equally human  and enjoy equal worth and equal rights in whatsoever field and relationship.
This should be common sense.  Nevertheless, sexism is still alive and interferes in every human relationship, affective most of all.  Stories on violence against women - which often hit the headlines - prove this.
How can a couple develop trust and love if one of the partners thinks the other inferior and worthless?

2.  They don't set an idealised, stereotyped image of the right woman.
Immature men often create an ideal of woman, which their partners-to-be are expected to fulfil. Many relationships set apart because of deluded and unrealistic expectations.  Real life women are human beings, with qualities and faults.

3.  They don't judge women only on their looks or on what their buddies think of them.
Mature men seek companionship, someone to talk to and spend life with.  There's much more than good looks and smart garb to hold a couple together.

4.  They don't behave as apes.
Talking and laughing aloud, moving abruptly, sitting with legs wide open, invading other people's space, scolding the partner, especially in public, mistaking roughness for manliness:  c'mon, we're not on jungle!

5.  They don't treat women as toys.
That means, they don't start a relationship unless they are available and open for it.  They don't hang around with a woman to disappear next.  Least of all, they don't hang around with several women.
Also, this means they understand thay women have feelings which must be known, understood and respected.  Mature men don't expect women to behave as it pleases them, or how they believe they would in the same situation.  Mature men neither treat women's reaction to a situation or behaviour that annoys them as overreaction.

6.  They treat every women right, no matter who and where she is, and how she looks.  This means courtesy to workmates, relatives, not only to their love interests.

7.  They don't see their partners as secondary to their friends.

8.  They don't let their buddies rule their lives.
Some guys act as if they were still at the college's brotherhood, which matters more than their partners and whose word has to be taken seriously.  Certain men give up thinking for themselves, knowing how they really feel, to live on their circle of friends choices.

9.  They don't intend to rule nor patronise women.
They see women as their equals, not as the weaker or the less sensible, who ought to be ruled or taught to behave as it pleases them.

10.  They don't take confrontation as offensive.
Confrontations are normal in relationships;  mature men listen to their partners and are open to carefully consider them.  They don't feel the need of winning every argument.
They don't take women's complaints or non-conformity to a given situation as unreasonable as a starting point.  They try to put themselves on their shoes.

11.  They don't refrain from recognising they're wrong, apologising and changing their minds.
Immature men assume that women are always wrong as a starting point, so they refuse to ration otherwise.  Or they believe that changing their minds or behaviour means weakness.

12.  They don't scold nor raise their tune to address to the partner, not even when there's a dispute between them.

13.  They never attack their partner either physically or emotionally.
Mature men are strong in character.  If they believe themselves right or treated unfairly, they simply stand to their ground and make no fuss.

14.  They focus on the partner's qualities, not on their flaws.
They don't give up a woman just because she's said and done something they disapprove.  First, they ask her about her reasons and are open to understand how she feels.

15.  They don't feel insecure about their partners' triumphs.
Sexism rules that men must be superior to women in every field; that men ought to be wealthier and smarter than their partner, otherwise they are losers.
Such standards are long ago outcome.  Mature men know this and behave accordingly to such knowledge.


Thursday, September 24, 2015

Tenha filhos e ganhe um presente

Vejam só:

A OAB aprovou (21.09, segunda-feira), como parte do "Plano Nacional de Valorização da Mulher Advogada", a concessão de descontos, até mesmo a isenção total, da anuidade, no ano em que advogadas parirem ou adotarem filhos. 
A notícia qualifica a medida como "conquista histórica"
Em que sentido isto promove a igualdade de gêneros na advocacia?
Em nenhum sentido.
Nenhum.
A OAB concede vantagem financeira às mulheres que tiverem ou adotarem filhos.  Os homens que tiverem ou adotarem filhos não se beneficiarão desses descontos e isenções.  Eles, juntamente com mulheres e homens que não tiverem filhos, terão que pagar a conta desse presente.

Ora, essa isenção só tem um fundamento:  sexo feminino e maternidade.  Não importa se a mulher exerce a advocacia;  se ela tem capacidade financeira para suportar a anuidade;  não importa nada mais.

A única finalidade desse favor é premiar a advogada que exercer o papel tradicionalmente esperado das mulheres:  ser mãe.

 Maravilha!
Segue o link da matéria, direto da fonte:

Friday, July 17, 2015

Piadas machistas têm graça?

Não, são uma desgraça.

São agressões feitas para diminuir e machucar as mulheres.

Contar uma piada machista é tão reprovável quanto contar uma piada racista.

Se não é aceitável diminuir alguém por conta de sua raça, sua cor, é igualmente inaceitável diminuir alguém por ser mulher.

Simples assim.

English


Are sexist jokes funny?

No, they are disgraceful.
They are verbal abuse made to diminish and hurt women.
Telling a sexist joke is as reprehensible as telling a racist joke.
If it is not acceptable to diminish someone because of his/her race or colour, it is equally  unnaceptable to diminish someone for being a woman.
Simple as that.

Here goes an excellent text about it, written by Toula Drimonis:

Wednesday, May 27, 2015

O machismo nos relacionamentos

Não vou falar da violência doméstica.
Não vou falar na discriminação diretamente praticada contra as trabalhadoras.
Vou falar do machismo nosso de cada dia, nem sempre declarado, do qual quem o pratica muitas vezes não se dá conta.

Em ambientes de trabalho, algumas práticas masculinas já são identificadas como expressões de machismo.  Sobre isso, há um excelente texto publicado no Think Olga, O machismo também mora nos detalhes, cuja leitura recomendo.  Práticas:  manterrupting (homens que interrompem a mulher, sempre que ela está falando), bropriating (homens que se apropriam das ideias de uma mulher e leva crédito por elas, mansplaining,   quando um homem dedica seu tempo para explicar algo óbvio a uma mulher,  como se ela não fosse capaz de compreender.
O texto  O machismo também mora nos detalhes fala, também, de uma outra prática, a qual, porém, não se restringe ao ambiente de trabalho, mas é muito frequente no dia-a-dia das mulheres:  o gaslighting, violência emocional por meio de manipulação psicológica, que leva a mulher e todos ao seu redor acharem que ela enlouqueceu ou que é incapaz.  Bem, recomendo a leitura do texto original, que bem explica essas práticas.
Mas do machismo nos relacionamentos afetivos heterossexuais ainda pouco se fala.  

Hoje, no Brasil, é muito comum uma forma de relacionamento, o ficar  sem compromisso.  Às vezes fica-se uma só vez;  em outros casos, muitas vezes. 
Os homens brasileiros simplesmente estão impondo o ficar às mulheres, seja a fim de se livrarem do dever de fidelidade, seja a fim de as "testarem". 
Espera aí, Simone Andréa, que mulher nunca fez isso também?  Quem nunca deu uns beijos e abraços num cara que jamais namoraria?
Ok, mas será que vale a pena? O problema é que isto se tornou regra, e uma regra que eles nos impingem.
Aliás, ainda nos relacionamos com os homens de acordo com as regras que eles nos têm impingido;  com os valores que a eles interessam;  e, pior:  concordamos com isso, consentimos nisso, e, caso algumas gatas pingadas resolvam agir com a mesma liberdade deles, ou (o que é pior!) questioná-los... essas gatas pingadas são tachadas de   loucas.

Homens têm e não abrem mão da iniciativa da conquista:  só eles se creem no direito de conquistá-las.  A mulher fazer o inverso?  Não!
 
Os homens, quando querem uma mulher, não sossegam enquanto não têm certeza de que a conquistaram;  uma vez conquistada, eles se creem no direito absoluto de dela fazerem o que bem entenderem, de preferência, desprezá-la, bancarem o difícil, o disputado, quando são, na verdade, o...  babaK.

Homens têm e não abrem mão do direito absoluto de ter a "posse" da mulher, ainda que latam, "não quero compromisso".  Ela sai sem ele e ele sabe onde ela foi?  Ele vai atrás só para dar uma conferida, se ela não foi com algum outro ou se está se comportando "direito".

E há outras sandices que eles praticam, que ferem e magoam, como se fossem a coisa mais normal e inofensiva do mundo;  e as praticam para ter o controle do relacionamento, do coração e da mente da mulher. Ai da mulher que expõe seu inconformismo! 

Mas, se não fosse nossa colaboração, nossa passividade, o machismo nos relacionamentos já teria caído de podre há muito tempo.  Nossa colaboração:  refiro-me ao tipo de mulher (infelizmente, muitas!) que não só não reage, mas coopera com isso.  E há sempre aquela vagabunda que acusa as demais de "não saberem levar os homens".

Depois volto com mais artilharia.


Sexism in relationships

I will not speak of domestic violence.
I will not talk about  discrimination directed against women workers .
I will speak of our daily sexism, not always confessed , whose perpetrators are not always aware of.
In the workplace, some male practices are already identified as expressions of sexism . On this, there is an excellent article published in Think Olga ,  O machismo também mora nos detalhes (only in Portuguese), which reading I recommend.  Practises:  manterrupting (men interrupt women when they're speaking), bropriating (men  who appropriate the ideas of a woman and take credit for them), mansplaining (when a man devotes his time to explain something obvious to a woman, as if she were unable to understand it) .
The text O machismo também mora nos detalhes also speaks of another practise which is definitely not restricted to work place:  gaslighting, emotional violence through psychological manipulation, that leads a woman and everybody around her to think she's gone mad or is incapable of living by herself. 
However, very little is told about sexism in heterosexual relationships.
In nowadays Brazil, non-committal relationships are overspread, known as "ficar" (hook up).  Sometimes a couple hooks up only once;  sometimes, more than once.  The thing is, Brazilian men are simply imposing hook up on women, either to escape from being true, either to "test" them.  Hold on, Simone Andréa:  which woman has never done this either?  Who has never kissed and hugged a guy she'd never date?
All right.  The thing is, this has become a rule, and a rule that guys have imposed us.
Moreover, we still get involved with men according to the rules that they have made;  to the values that are good for them;  and, which is worse:  we agree with that, and, if a few of us dare to act as freely as they do, or (even worse!) question them...  these few lasses are labelled mad.
Men have and won't yield courtship initiave:  they are sure of their right to win women.  Girls doing it?  Oh, no!  If they do so, they are "worth less" (than the other).
When a man wants a woman, he won't give her up till he's sure he has won her;  once he win the lady, he believes himself entitled to the absolute power of making whatever he chooses of her, like despising her, playing hard, disputed, when he is, in fact, a... jerk.
Men have and won't yield (what they believe as) their absolute right to "own" women, even though they bark, "I don't want commitment".  She goes out without him and he knows where she's gone to?  He goes after her just to make sure she has not gone with another guy or if she's behaving "well".
And there are other crazy, hurting and upsetting things they do, as if they were the most regular and harmless on Earth;  and they do them just to control the relationship, as well as women's hearts and minds.  And woe to women that express their nonconformity!
Nevertheless, if it was not our cooperation, our passivity, sexism in relationships should have already long ago fallen rotten.   Our cooperation:  I mean the type of woman (unfortunately, so many!) that not only does not react, but agrees with or encourages sexist standards.  And there's always that lady who blames the other for "not knowing how to lead men".

Soon I'll come back with more artillery.



Tuesday, March 24, 2015

Restaurante "A Tribo" Discrimina e Maltrata Mulheres


Ontem, 22.03, fui almoçar no restaurante "A Tribo", CLN 105, Brasília, DF,  e sofri discriminação machista muito clara e grosseira de um fulano que se apresentou como "dono" do negócio. Eu e uma amiga lá almoçamos e ocupamos uma mesa coletiva, de seis lugares. Quando chegamos, já havia duas pessoas à mesa, pedimos licença e nos sentamos, como de costume em mesas coletivas de self services
Daí, enquanto almoçávamos, as outras pessoas terminaram de comer e foram embora. 

Quando eu e minha amiga terminamos de comer, continuamos lá, conversando, como estava ocorrendo nas demais mesas, pois àquela hora já havia pouco movimento. Daí, um cara que estava trabalhando no restaurante, sem uniforme, ao recolher os pratos, dirigiu-se à minha amiga  dizendo assim, em tom autoritário: "eu vou reservar esta mesa. Dá para tirar essa bolsa da cadeira?" (Ele apontou para a minha bolsa, a qual já foi tocando) A minha amiga respondeu, "já estamos de saída, mas não dá para tirar esta bolsa porque ela é da minha amiga (eu), que está no toalete". 
O cara, "mas vou reservar a mesa". 
Assim que desci,  minha amiga me contou o ocorrido. Aí observei que realmente havia muitas outras mesas ocupadas com pessoas que já tinham terminado de almoçar e estavam conversando. O cara que tinha exigido a mesa estava no caixa. Perguntei para ele por que escolhera "pedir" a nossa mesa, já que na maioria das demais mesas as pessoas também tinham terminado de almoçar e estavam conversando (detalhe: nas outras mesas nessa situação, havia famílias e casais). Ele, num tom ríspido, respondeu, "você está totalmente errada! Eu não escolhi a sua mesa, eu tinha 6 pessoas em pé para acomodar e a sua mesa tinha 6 lugares". Repliquei, "aqui todo mundo espera quando não tem lugar, tem outras mesas em que as pessoas estão só conversando, mas você tinha que pedir justo a única mesa só com duas mulheres". O  fulano, no seu sotaque semelhante ao lusitano, levantou a voz e rudemente disse que eu estava errada e o restaurante era dele e lá ele mandava, que o problema estava na minha cabeça. Aí fui ao ponto e devolvi: "se eu estivesse errada, você não reagiria tão mal, com tanta agressividade; você, em primeiro lugar, pediria desculpas, calmamente diria que foi um mal-entendido e se explicaria, com respeito. Mas você já reagiu falando rispidamente, como se, só por ser homem, pudesse ralhar com uma mulher."
 Daí veio a pior parte: ele levantou o queixo e me disse assim, alto, para quem quisesse escutar, "o seu problema é que você não gosta de homem."

Com essa frase, o fulano revelou todo o seu ódio contra as mulheres,  comprovou a prática da discriminação sexista e ainda me difamou diante de toda a clientela do local, expondo-me de forma vexatória.  Os machistas adoram dizer isso quando as mulheres jogam em suas caras seu preconceito e seus erros.
 
 Aí respondi um pouco do que ele merecia ouvir,  o que não reproduzirei. E falei em alto e bom som, para os presentes no restaurante, esse sujeito aqui me discriminou por ser mulher. Dei as costas e saí. O tipo, para mostrar um "puder " que ele não tem, gritou, "você não entra mais aqui". E ouviu de mim, não entro porque tenho asco, porque aspirante a homem nenhum manda em mim. Detalhe: o fulano não é brasileiro, mas, até onde sei, angolano (branco). Espero que não tenha visto de permanência no país, pois merece ser expulso, para nunca mais poder voltar.

Enquanto não for alterada a redação da Lei 7.716/1989, para que a discriminação resultante de preconceito contra as mulheres passe a ter o mesmo tratamento penal do racismo, fatos deploráveis como esse continuarão ocorrendo.  

Restaurante "A Tribo", de Brasília, CLN 105:  um restaurante inimigo das mulheres, em que seu "dono" ou aspirante a essa condição discrimina e desrespeita as mulheres.  

Esse sujeito (que aparenta uns 30, 35 anos de  idade) nenhum, nenhum respeito merece.  Esse restaurante, que, além de discriminar as mulheres, recusa-se a emitir nota fiscal, merece ser boicotado e fechado.