Ontem, 22.03, fui almoçar no restaurante "A Tribo", CLN 105, Brasília, DF, e sofri discriminação machista muito clara e grosseira de um fulano
que se apresentou como "dono" do negócio. Eu e uma amiga lá almoçamos e ocupamos uma mesa coletiva, de seis lugares.
Quando chegamos, já havia duas pessoas à mesa, pedimos licença e nos sentamos,
como de costume em mesas coletivas de self services.
Daí, enquanto almoçávamos,
as outras pessoas terminaram de comer e foram embora.
Quando eu e minha amiga
terminamos de comer, continuamos lá, conversando, como estava ocorrendo nas
demais mesas, pois àquela hora já havia pouco movimento. Daí, um cara que
estava trabalhando no restaurante, sem uniforme, ao recolher os pratos, dirigiu-se à minha amiga dizendo assim, em tom autoritário: "eu vou reservar esta mesa. Dá para
tirar essa bolsa da cadeira?" (Ele apontou para a minha bolsa, a qual já foi tocando)
A minha amiga respondeu, "já estamos de saída, mas não dá para tirar esta bolsa
porque ela é da minha amiga (eu), que está no toalete".
O cara, "mas vou
reservar a mesa".
Assim que desci, minha
amiga me contou o ocorrido. Aí
observei que realmente havia muitas outras mesas ocupadas com pessoas que já
tinham terminado de almoçar e estavam conversando. O cara que tinha exigido a
mesa estava no caixa. Perguntei para ele por que escolhera "pedir" a
nossa mesa, já que na maioria das demais mesas as pessoas também tinham terminado de
almoçar e estavam conversando (detalhe: nas outras mesas nessa situação, havia
famílias e casais). Ele, num tom ríspido, respondeu, "você está totalmente
errada! Eu não escolhi a sua mesa, eu tinha 6 pessoas em pé para
acomodar e a sua mesa tinha 6 lugares". Repliquei, "aqui todo mundo espera quando não tem lugar, tem
outras mesas em que as pessoas estão só conversando, mas você tinha que pedir
justo a única mesa só com duas mulheres". O fulano, no seu sotaque semelhante ao lusitano, levantou a voz e rudemente disse que eu estava
errada e o restaurante era dele e lá ele mandava, que o problema estava na
minha cabeça. Aí fui ao ponto e devolvi: "se eu estivesse errada, você não
reagiria tão mal, com tanta agressividade; você, em primeiro lugar, pediria desculpas,
calmamente diria que foi um mal-entendido e se explicaria, com respeito. Mas você
já reagiu falando rispidamente, como se, só por ser homem, pudesse ralhar com
uma mulher."
Daí veio a pior parte: ele levantou o queixo e me disse assim, alto, para quem quisesse escutar, "o
seu problema é que você não gosta de homem."
Com essa frase, o fulano revelou todo o seu ódio contra as mulheres, comprovou a prática da discriminação sexista e ainda me difamou diante de toda a clientela do local, expondo-me de forma vexatória. Os machistas adoram dizer isso quando as mulheres jogam em suas caras seu preconceito e seus erros.
Aí respondi um pouco do que ele
merecia ouvir, o que não reproduzirei. E falei em alto e bom som, para os presentes
no restaurante, esse sujeito aqui me discriminou por ser mulher. Dei as costas e
saí. O tipo, para mostrar um "puder " que ele não tem, gritou,
"você não entra mais aqui". E ouviu de mim, não entro porque tenho
asco, porque aspirante a homem nenhum manda em mim. Detalhe: o fulano não é
brasileiro, mas, até onde sei, angolano (branco). Espero que não tenha visto de
permanência no país, pois merece ser expulso, para nunca mais poder voltar.
Enquanto não for alterada a redação da Lei 7.716/1989, para que a discriminação resultante de preconceito contra as mulheres passe a ter o mesmo tratamento penal do racismo, fatos deploráveis como esse continuarão ocorrendo.
Restaurante "A Tribo", de Brasília, CLN 105: um restaurante inimigo das mulheres, em que seu "dono" ou aspirante a essa condição discrimina e desrespeita as mulheres.
Esse sujeito (que aparenta uns 30, 35 anos de idade) nenhum, nenhum respeito merece. Esse restaurante, que, além de discriminar as mulheres, recusa-se a emitir nota fiscal, merece ser boicotado e fechado.
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