Notícia requentada, sei, mas a pesquisa entrega dados alarmantes.
Que a boçalidade machista grassa no Brasil, eu não tinha dúvidas. Tenho tido muitas experiências cotidianas desagradabílíssimas, desde que cheguei em Brasília, em 2010.
65% (sessenta e cinco por cento!) das pessoas ouvidas na pesquisa do IPEA acham que o modo de se vestir da mulher é causa de estupro.
40,9% concordam totalmente que o homem deva ser a cabeça do lar; 22,9% concordam parcialmente. Logo, para 63,8% das pessoas ouvidas, a igualdade total entre mulher e homem, na família, determinação que está na lei maior do país, a Constituição, ou é ignorada ou, embora conhecida, alvo de desprezo.
33,3% das pessoas ouvidas concordam totalmente com a afirmação de que casos de violência doméstica devem ser discutidos somente entre os membros da família, e 29,7% concordam parcialmente. Logo, 60% dos brasileiros, em maior ou menor grau, preferem que a lei e a proteção do Estado não penetrem nas relações de família, aconteça o que acontecer.
Um desorientado, com coluna em periódico de grande circulação nacional, reagiu à pesquisa, dizendo que ela induzia às respostas, e chamando as feministas de feminazi.
Todo apoio à campanha "Eu Não Mereço Ser Estuprada".
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