Sunday, December 30, 2012

Comentários ao Teste: a reação de um machista

Pessoal, vejam a reação de um cara  ao teste "Mulher, você conhece seus direitos?" e as respostas.
Publico, para todos conhecerem, os comentários pretensiosos desse que  se apresenta como "servidor público" a cada resposta do teste que elaborei.
O cara quer nos convencer que a Constituição de 1988 não vale.
O cara diz coisas do tipo "famílias com um chefe duram mais" (e não conta que é às custas da mulher, que, para ele, nasceu para obedecer ao homem);  e que a mulher tem (não mais na lei brasileira) o "dever" de seguir o vagabundo do marido se ele for trabalhar em local distante, para "continuar a família".  Ha, ha, ha!
Enfim, as palavras do barnabé (ou marajá, nunca se sabe!) são imperdíveis, pois são um documento verdadeiro do que pensam muitos homens acerca do direito ABSOLUTO que as mulheres têm de ser tão livres quanto eles, livres da educação repressora que nos destrói desde o berço e da opressão dessa sociedade que só nos quer como escravas, sexuais, reprodutoras ou serviçais, porque, se recusarmos esse jugo, merecemos morrer.
Não deixem de  ler nosso moço.

Sunday, November 25, 2012

Respostas ao Teste - Mulher, Você Conhece Seus Direitos?

1. c;   2.b;  3.c;  4.c;  5.b;  6.c;  7.b;  8.a;  9.c;  10.a.

Tuesday, November 13, 2012

Mulher, você conhece seus direitos?

Mulher, você conhece seus direitos?  Conhece mesmo?  Tem certeza?
Vamos fazer um teste.

1.  Quem é o chefe da família?
a.  O homem;
b.  quem ganha mais;
c.  isso não existe mais.

2.  Seu marido quer mudar de cidade.  Você não quer.  Como fica?
a.  Você tem que acompanhar seu marido;
b.  você pode ficar na cidade atual;
c.  você pode ser acusada de abandono de lar.

3.  Você é menor de 18 anos e tem um irmão também menor.  Seus pais dão mais liberdade e vantagens para ele.  O que você pode fazer?
a.  Nada, eles têm esse direito.
b.  Nada, ele é homem.
c.  Eles não têm esse direito, direitos iguais.

4.  Você quer sair uma vez por semana só com as amigas.  Seu marido diz que não deixa.  Você:
a.  Obedece, porque ele tem esse direito.
b.  Obedece, na dúvida.
c.  Ele não manda em você, porque não tem esse direito.

5.  Você vai a um bar sozinha e é impedida de entrar, sob o argumento de que o estabelecimento não aceita mulheres desacompanhadas.  Você:
a.  Vai embora, porque eles têm esse direito.
b.  Vai à delegacia e faz um boletim de ocorrência, porque eles não têm esse direito.

6.  Você espera um filho.  Seu marido diz que não quer que você trabalhe depois que o bebê nascer.  Você:
a.  Obedece, porque ele tem esse direito.
b.  Obedece, porque é melhor para o bebê.
c.  Ele não manda em você, porque não tem esse direito.

7.  A amamentação no peito é:
a.  Dever da mulher;
b.  direito, mas não dever, da mulher.

8. O direito de liberdade da mulher:
a.  É tão amplo quanto o do homem;
b.  é menor do que o do homem;
c.  é tão amplo quanto o do homem, desde que ela seja solteira e sem filhos.

9.  Em caso de discordância entre marido e mulher:
a.  Prevalece a vontade do marido;
b.  não prevalece nenhuma vontade, o juiz decide o conflito, mas presume-se, a princípio, que o marido tenha razão;
c.  não prevalece nenhuma vontade, o juiz decide o conflito.

10.  Os deveres dos pais em relação aos filhos:
a.  São os mesmos para o pai e para a mãe;
b.  O pai tem mais deveres;
c.  a mãe tem mais deveres.

Bom teste!  Respostas na próxima postagem.

Wednesday, February 29, 2012

PERIGUETES E SENHORITAS

Vejam estas definições:

se.nho.ri.ta
[Senhora + -ita1.]
Substantivo feminino.
1. Moça solteira.
2. Tratamento respeitoso dado a senhorita


(1). pe.ri.gue.te
[Perigo + -ete.]
Substantivo feminino. Bras. Gír.
1. Moça ou mulher namoradeira, mas sem namorado.

Fonte: Dicionário Aurélio



A mesma pseudo-lógica chauvinista que inventou o "senhorita", inventou também o "periguete", só para humilhar as mulheres "sem homem".


Machismo jamais é respeitoso, logo, "senhorita" nunca o foi e não o é.


Há quem diga que as mulheres de hoje "não se dão ao respeito" e que, no passado, os homens as respeitavam mais.

É enganosa a suposição de que, antigamente, as mulheres eram mais respeitadas.

O Código Civil de 1916 realmente era muito "respeitoso" ao estabelecer que o defloramento pré-nupcial motivava a anulação do casamento, a deserdação da filha por "desonestidade", entre outras patifarias.
O machismo adora inventar adjetivos que menosprezam as mulheres, enaltece indevidamente as casadas ou "com homem" (não são melhores, tampouco mais dignas de respeito do que as "sem homem", EM NADA).


A definição de "periguete" é horrenda. "Moça namoradeira, mas sem namorado". O problema é não ter um namorado? A mulher, pelo jeito, para ser "respeitável", precisa de um palhaço de gravatinha a quem responder "sim, amo!" Como a Jeannie, lembram? (O Major Nelson pelo menos era bonitinho, mas fã de uma garrafa)


Pior, impossível.

Adjetivos que marginalizam a mulher "sem homem": manifestações de mau-caratismo, nada mais.


São absolutamente odiosas e devem ser destruídas todas as distinções sociais entre as mulheres, baseadas no seu estado civil e no seu comportamento sentimental e físico; sobretudo, entre a solteira e a casada, a só e a acompanhada; essa discriminação é tão humilhante, nojenta e merecedora de lei incriminadora quanto o racismo.


A deferência dada às esposas, companheiras, noivas e namoradas não encontra lógica nenhuma que a sustente; nada mais resulta do que do baixo e vil interesse dos homens (e das mulheres que creem possuí-los) em obter um valor que não têm e desencorajar a liberdade de escolha das mulheres sós, de recusar os homens que não as agradem, mas de lutar por aqueles que as agradem em cheio.


"Senhorita" é odioso, "periguete" idem, porque toda discriminação o é. E o controle social sobre a afetividade e a sexualidade da mulher não passam de manifestações de atraso e desinformação.


O homem, solteiro ou casado, é sempre senhor, faz o que bem entende e sempre sai "machão" e"limpinho" de qualquer imundície. Inventou o casamento para ter uma fulana "oficial" com quem desfilar (e mostrar para todo mundo sua pretensa virilidade), mas, como é um tremendo de um hipócrita, permite-se "as outras", com as quais se esconde e não desfila, e ainda as cobre de nomes feios, porque não têm "dono".


A mulher e "os outros": ai, ai, ai!
Sinal dos tempos: as mulheres ganham seu sustento e podem (infelizemente, em termos) escolher os homens que quiserem, ou não escolher nenhum (sim, isso, nós podemos). Os primatas reagiram sem demora: mulheres, atenção, se ficarem sem um homem, nome feio em cima de vocês!


"Periguete" é só um dos muitos nomes feios inventados com essa estúpida finalidade.


Mau caratismo, nada mais. É o que penso do abjeto "duplo padrão moral" que inferniza as mulheres, sobretudo as "sem macaco".


Aliás, é abjeta, odiosa, excludente e opressora a sacralização do casamento, das relações "estáveis" e a demonização de todas, e de todos, que desejem ou lutem alguém de quem gostem. E é claro que essa demonização atinge sobretudo as mulheres solteiras.


Vivemos num Estado laico e temos que destruir a moral de inspiração religiosa, que reprime o ser humano, condena as relações, demoniza a mulher e o homem dissidentes e faz da vida um inferno.


Wednesday, February 08, 2012

A MÍSTICA DA FAMÍLIA

Vocês já repararam que todos supervalorizam a família?
É Família Cristã, é célula primordial da sociedade, é família nuclear, família estruturada, família feliz, proteção da família, e por aí vai.
Alguém já parou para pensar no quanto essa conversa é preconceituosa e antiquada?
A Constituição, que tanto defendo, nem ela, coitada, ficou livre dessa ideologia que ressumbra a instituições do século retrasado. Põe a família acima de tudo, determina que contará com "especial proteção do Estado", mas pelo menos acabou com a modorrenta chefia da sociedade conjugal pelo marido, lixo previsto no Código Civil de 1916, flagrantemente atentatório à igualdade de sexos, prevista em todas as constituições brasileiras desde 1934. Mas nossos tribunais, machistas e tíbios, não estavam nem aí. Inventavam sofismas de má-fé para afastar a Constituição e fazer prevalecer a lei civil de então, invertendo a hierarquia das normas.
Mas não é boa a valorização da família?
Não. Não desse jeito. Não com essa mística, que sobrepõe a família ao cidadão, ao indivíduo.
Quem são os maiores sacrificados nessa história? Os solteiros.
Famílias e casais são melhor tratados em lugares públicos do que solteiros. Sábado fui a um restaurante em Brasília, o Oscar, com uma amiga. Além de nós duas, havia dois homens jantando juntos e o restante dos presentes, casais ou turmas. Para mim, foi notória a negligência com que fomos tratadas pelo garçom que nos atendeu a maior parte do tempo, de forma antipática.
E os homens que estavam lá? Bem, com os homens é sempre diferente. E, no caso, um deles era senhor de alta expressão.
O restaurante também não passou no teste da etiqueta democrática e republicana.
É ABOMINÁVEL essa supervalorização da família e do casal. Famílias e casais não são EM NADA melhores do que pessoas sozinhas. Qual o fundamento lógico da maior consideração que recebem? NENHUM.
E o Poder Público não deveria, jamais, curvar-se à essa mística, que nada mais faz do que fomentar um preconceito. Antes, tem obrigação de combatê-lo.