Sunday, October 02, 2011

HOPE ENSINA: A SER CRETINA

Meu repúdio absoluto e incondicional à campanha publicitária "Hope Ensina", estrelando...



A Caveira, é claro!



A Caveira confirma o que dela tenho dito: garota-propaganda do machismo.



A campanha é composta por dois ou mais filmes. Só conheço dois e é o que me basta para dizer o que dela disse, e dar total razão à Ministra Iriny Lopes, que solicitou a retirada da campanha do ar ao CONAR (Conselho de Autorregulamentação Publicitária - que, aliás, NUNCA FEZ NADA contra o machismo).



Num dos filmes, a Caveira faz o papel de uma mulherzinha que vai contar para o "amor" que bateu o carro. Segundo o filme, é errado narrar o fato vestida; certo é fazê-lo de lingerie.



Em outro filme, a esquálida (cuja voz, diga-se de passagem, é fraca, sem personalidade, pedante e que faz pensar em alguém que nunca fez esforço na vida) encena uma tola que vai contar ao "benhê" que a sogra vem morar com o casal. Novamente, segundo o filme, errado: contar vestida. Certo: contar de calcinha e sutiã. E, finalizando com chave de excremento, a frase, "você é brasileira".



As mensagens que o filme passa, para quem é medianamente racional: a mulher é submissa, do tipo que depende do homem e não decide nada sozinha; a mulher, além de ser incapaz de ter veículo próprio, não sabe dirigir; a mulher tem que tratar o homem "com jeitinho", mediante subterfúgios humilhantes, para obter aprovação ou aquiescência do homem, afinal, não são iguais no direito de decisão, pois quem decide e tem poder é o homem. Ah, claro, o melhor "jeitinho" é fazer-se de objeto sexual, dócil e mansinho, papel que no qual a brasileira é insuperável.





Só mulher venal ou demente compra "Hope", depois de assistir a essa campanha. E só cachorro lambedor de ossos ou, na melhor das hipóteses, arqueólogo frustrado para gostar da modelo.





Volto a dizer, nenhuma mulher deve comprar produto algum anunciado por Gisele Bundchen. Unidas, podemos destruir a carreira dessa figura que nenhum respeito merece.




Há quem diga que a Ministra está cerceando a liberdade de expressão. Ocorre que o preconceito de raça, cor, origem, idade e sexo são conteúdos expressamente proscritos pela Constituição. Basta vermos o artigo 5º, incisos XLI e XLII, determinando que a lei puna quaisquer discriminações contrárias a seus preceitos.


E se uma campanha publicitária tivesse conteúdo racista, tudo bem?


No mínimo, a empresa Hope tem que sofrer ação civil pública, por ofensa difusa à dignidade e aos direitos fundamentais da mulher, notadamente, o de igualdade, e ser obrigada, liminarmente, a pagar multa diária enquanto mantiver a campanha no ar. Isso é perfeitamente cabível. Basta o Ministério Público fazer a sua parte.


O machismo na mídia, sobretudo na publicidade, tem sido utilizado por "profissionais" sem talento algum, que acreditam fazer sucesso através da reação negativa. Os grandes publicitários, salvo engano, jamais se envolveram em campanhas machistas. E lembro-me muito bem de filmes publicitários criativos e bonitos, muitos, muitos!


O machismo, repito, é preconceito tão contrário à Constituição quanto o racismo. Entretanto, as pessoas, por ignorância ou má fé, tratam-no como algo de somenos importância, "engraçadinha", e não como a atitude odiosa que é. O machismo é banalizado. Está nas piadas, nas conversas de botequim pé-sujo, nos festins bestiais, da favela à mansão, no discurso de fanáticos, em decisões judiciais de malucos de toga, que existem e vão parar no CNJ. Quem pratica o machismo não merece tolerância nem respeito; merece processo-crime.


E o que dizer da mulher que se alia ao machismo? No caso da Caveira, não é por falta de dinheiro; é por querê-lo cada vez mais. Gisele Bundchen faz questão de estar em campanhas publicitárias machistas, como é o caso da "Hope" e da "Sky" e, como vimos, de dar declaração machista, inimiga das mulheres, à imprensa. Seus motivos não relevam: se ela é machista por convicção ou por conveniência de mercado, o fato é que ela se apresenta como a musa do machismo; essa é a sua personagem.


Que pena que o Sábado de Aleluia está tão longe! Senão, a Caveira seria perfeita para ter uma boneca "malhada".





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