Juiz Evandro Pelarin, de Fernandópolis (interior de São Paulo, a cerca de uma hora e meia de São José do Rio Preto) decidiu que uma mãe, cuja filha teria sido surpreendida cabulando aulas, fica obrigada a assistir aulas junto com a filha, a fim de impedir (?) que esta falte às aulas... Pior, impossível.
Além de inúmeros outros defeitos, como os já apontados no sítio "Migalhas" (http://www.migalhas.com.br/), essa decisão chamou-me a atenção pelo PIOR de seus aspectos (sem contar a pretensão autoritária e liberticida nela contida): é de um deslavado MACHISMO. Sim, de um machismo odioso (pode o machismo não ser odioso? NUNCA!).
E por quê?
Porque essa decisão, ao obrigar somente, especificamente, a mãe a assistir aulas junto da filha na escola, parte do pressuposto INACEITÁVEL E SEM O MAIS REMOTO AMPARO CONSTITUCIONAL de que cabe sobretudo à mãe o dever de educar e vigiar os filhos; que os deveres da mãe em relação à prole são maiores do que os do pai! Machismo puro e simples, portanto, impor qualquer obrigação somente ou sobretudo à mãe!
HOMENS E MULHERES SÃO IGUAIS EM DIREITOS E OBRIGAÇÕES, nos termos da Constituição da República. Essa decisão machista e odiosa NEGOU VIGÊNCIA ao direito de igualdade entre homens e mulheres.
A mulher tem o mesmo direito de trabalhar que o homem. Ao impor essa obrigação humilhante a essa mãe, o juiz desconsidera que essa mulher tem o direito de trabalhar em igualdade de condições com o homem. A mulher não tem o mais remoto dever de faltar ao trabalho, ou de deixar de trabalhar, por causa dos filhos! Tanto a mãe quanto o pai têm exatamente a mesma responsabilidade, os mesmos deveres, em relação aos filhos! É ERRADO supor que tais deveres sejam diferentes!
E, pior: essa decisão é de uma afronta INCONTESTÁVEL à dignidade da pessoa humana. Além de machista, trata uma mulher adulta como uma criança, obriga que ela assista às aulas junto com a filha.
Essa decisão é ERRADA em todos os seus termos, MACHISTA, liberticida e ofensiva à dignidade da pessoa humana. Por isso, respeito NENHUM merece.
E espero que o Tribunal de Justiça de São Paulo tome medidas contra esse juiz Evandro, que, a meu ver, deveria deixar a magistratura.
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