Monday, September 11, 2006

SEM MEDO DE VIVER

Há um belo filme dirigido pelo Peter Weir e estrelado por Jeff Bridges e Isabella Rosselini que, entre nós, passou com o título da postagem de hoje. Se vale a pena? É Peter Weir!
A que vem o tema de hoje?
Perdi uma amiga. Era uma bela mulher, doce, inteligente e corajosa. Pouco a procurei depois que se casou e constituiu família, por achar que iria atrapalhá-la. Pensava, qualquer hora dessas nós nos encontraremos.
Qualquer hora dessas, e essa hora não viria.
Esse acontecimento deu-me dolorosa aula.
O tempo todo sabemos, mas o tempo todo vivemos como se não houvesse morte e tudo fosse adiável.
O tempo todo sentimos medo de viver. De ousar. De progredir.
O que importa na vida não é a opinião pública, a tradição, a moda, nenhuma regra, escrita ou não escrita, que confina as pessoas em padrões de pensamento, sentimento e de comportamento; que separam as pessoas e as impedem de brilhar e de se amar. Não são as autoridades com suas bravatas, as doutrinas com sua prepotência, a palavra dos que se dizem filósofos ou mensageiros dos deuses com sua pretensão, nada.
Nada que nos cause medo de viver.
Em plena Era dos Direitos, nossa sociedade vive uma escalada de repressão e controle. Querem monitorar as páginas que as pessoas acessam na Internet. Onde isso nos levará?
O pior medo é o de quebrar regras, pois impede a liberdade e o progresso.
Se hoje temos a igualdade de direitos entre mulheres e homens na Constituição brasileira, devemos tudo a mulheres, brasileiras e estrangeiras, que ousaram quebrar regras; se temos liberdade de manifestação de pensamento, devemos a quem lutou por liberdade ao longo da História. Picasso, Tarsila, Frida Kahlo, Tomie Ohtake e Oscar Niemeyer quebraram regras nas suas artes e ofícios. Walt Whitman também.
Nosso tempo convida ao medo de viver. Há perigos reais, inflacionados pelo sensacionalismo da mídia. Porém, sempre o mundo foi cheio de perigos, próprios de cada época. Apesar das penas cruéis, na Idade Média tinha ladrões, e como! Viajar para qualquer canto era uma aventura. Durante a "Guerra Fria", o grande perigo era um confronto nuclear. As armas nucleares continuam existindo, mas simplesmente a mídia voltou suas atenções para outras ameaças...
Na postagem "Para Ler e Amar", mencionei duas obras, duas autoras: Anne Frank, que ousou sonhar e Marguerite Duras, que ousou amar.
Há um filme que explora o problema do medo de viver às últimas conseqüências: "A Vila", do Shyamalan.
Não só "Sem Medo de Viver", mas outros filmes de Peter Weir tratam do tema: "Sociedade dos Poetas Mortos" (quem se esqueceu do carpe diem?) e "O Show de Truman" (e de Jim Carrey, merecia um Oscar).
Qualquer hora falo somente do Peter Weir.
Carpe diem.

Monday, September 04, 2006

Júlio Verne

O leitor Ulisses Ardit questiona-me se não pensei no Júlio Verne, ao lançar, neste blog, a pergunta, quem, em 1870, sonharia com viagens espaciais?
Ocorreu-me o nome do escritor francês. Porém, o Júlio Verne era um visionário para o seu tempo, o precursor da ficção científica, por isso, achei que não deveria mencioná-lo. Deveria, ao invés, imaginar o que acudiria à mente das pessoas médias daqueles tempos. Confesso, também, que não sabia dizer, naquele momento, quando tinha sido publicado o livro do Júlio Verne que tratava do tema, Da Terra à Lua. Agora sei: 1865. Portanto, em 1870, alguém já tinha sonhado com as viagens espaciais...
O Gene Roddenberry imaginou o tal do teletransporte. Quando eu e minha irmã assistíamos Jornada nas Estrelas, ficávamos sonhando com tudo o que a série mostrava. As pessoas mais "pé-no-chão" que nos cercavam torciam seus narizes para o nosso gosto por esses filmes cheios de coisas malucas. Será que já tem alguém pesquisando essa possibilidade?
Faz anos que os andróides fazem parte dos roteiros de ficção científica. Ainda não apareceu nenhum no mercado, perfeitinho como o David de Inteligência Artificial. Espero que os andróides cheguem logo ao mercado. Ah, como gostaria de, hoje, poder encomendar o meu! Quem não gostaria de pedir o replicante de alguém? Eu pediria! Igualzinho em tudo, até no nome e no sotaque!